Moda, Pipoca e Empreendedorismo - LaFiore Store

Meu nome é Caroline, todos me chamam de Carol, eu sou a empreendedora por trás da marca.

E vou contar brevemente a história de como tudo começou...

Eu sempre fui empreendedora. Esse é o primeiro ponto importante da história. Aos 12 anos eu aprendi a bordar ponto cruz, bordava toalhas de mão para fazer minhas unhas. Aos 15 vendia bolos na escola para juntar dinheiro para ir a shows com uma amiga (que vai aparecer novamente na história).

Em 2012, com 19 anos, enquanto frequentava a Universidade Católica de Brasília, estudando administração de empresas, consegui um estágio no meu segundo ano de graduação. Sendo assim, comecei a juntar dinheiro para comprar meu primeiro carro. Meses depois, eu já havia juntado R$4.500,00 e comentei com meu pai, que me ajudou a encontrar o carro que cabia no meu bolso. Não demorou muito e encontramos um Ford KA 1997, o carro tinha problemas mecânicos, mas com o meu orçamento, era o previsto, não?!

O bendito carro não saía da oficina, quando um problema era resolvido, aparecia outro. Acontece que o meu salário de estagiária já não era suficiente para esses gastos. O que fazer? Eu poderia ter vendido o carro, mas naquela época, além de ser um sonho, eu perderia ainda mais dinheiro. Foi aí que uma amiga que havia comprado roupas no Ebay, gostou do preço e me indicou. Eu não tinha cartão de crédito, mas consegui um emprestado e fiz meu primeiro pedido. Após meses de espera minha encomenda chegou e eu consegui vender as roupas usando o Facebook, e ter um pequeno lucro. Neste ponto eu estava começando minha primeira loja on-line de revenda de roupas femininas, assim surgiu nossa página no Facebook com o pior nome que eu poderia inventar "Lojinha da Mulher" (hahahaha).

O carro? No fim tive que vender, não estava me atendendo e eu tinha mais dor de cabeça com mecânico do que tempo com o carro funcionando, no fim o problema real era o mecânico. Mas eu segui vendendo as roupas, passei a comprar roupas em atacadistas nacionais e continuava vendendo no Facebook. Nesse ponto eu estudava pela manhã, estagiava pela tarde, e estudava idiomas pela noite, (tudo de ônibus e distante né, a vida de estudante é movimentada).

Até que em 2014, (e dois carros depois) meu último ano de universidade, eu fui chamada para uma vaga de trainee, comecei a trabalhar em uma grande varejista nacional em treinamento para gerência. A "Lojinha da Mulher" seguia funcionando, e assim eu tinha dois empregos aos 21 anos. Mas imagina um emprego desagradável? Era o que eu teria se continuasse ali, teria que dar o meu sangue por uma empresa que não oferecia nem papel toalha para secarmos as mãos ao sair do banheiro, uma empresa que queria que eu chegasse cedo, saísse depois da hora, mentisse aos clientes sobre "garantia estendida" de produtos eletrônicos para bater metas. Não deu outra, em um mês e meio eu pedi demissão. Se eu fosse dar meu sangue por algo, que fosse algo meu, algo em que eu me sentia bem.

Assim, no último semestre da graduação em administração, com um empreendimento pequeno, tinha uma amiga recém graduada em Design de Moda, tínhamos uma oportunidade. Eu havia juntado R$1.000,00 e chamei a amiga para iniciarmos a marca. Falimos! Produzimos peças que não eram para o nosso público. No fim só tivemos trabalho, perdemos dinheiro e desfizemos nossa parceria. Voltei a revender e a essa altura eu só revendia vestidos. Até que juntei coragem e decidi tentar fabricar novamente. Desde então a LaFiore Store só cresce.

Nossa marca é registrada desde 2014, eu aprendi de tudo um pouco para trabalhar essa marca e fazer ela ser o que é hoje. Esse site? Eu fiz. A logo? Eu fiz. Escolha de cada modelo produzido? Eu escolhi. A minha principal motivação é receber fotos de clientes, ver que já participamos de centenas de casamentos, formaturas e festas importantes. Compartilhar esses momentos com vocês é mágico para mim, é como eu me sinto bem.

Em 2016 meu irmão se juntou a mim nessa história. Juntos, nos apoiamos e seguimos nosso trabalho. O Kayo é a pessoa que divide comigo a LaFiore, o sonho! Se você, por acaso, já foi até a nossa loja física, você provavelmente já nos conhece. O Kayo é parte de cada momento desde então.

Em julho de 2017 queríamos expandir e ganhar confiança no mercado, então abrimos nossa loja física no Guará, Distrito Federal. Ao chegar em setembro de 2017 não tínhamos dinheiro suficiente em caixa para produzir uma quantidade relevante de vestidos para o final de ano. Nesse momento veio uma decisão que me fez chorar, até ali, tudo o que eu tinha era um carro e a loja. Meu Classic precisava ser vendido, eu precisava do dinheiro para investir na LaFiore. Eu chorei vendo ele ir embora e com medo de algo dar errado e eu não conseguir ter o retorno necessário para seguir em frente. Mas funcionou!! Minha jogada arriscada nos fez crescer! No início de 2018 eu comprei outro carro, esse já carregava muitos vestidos e encomendas.

Após anos de mudanças, adaptação e crescimento, hoje nossa equipe é formada por mulheres na produção. Uma produção manual, feita com muito cuidado e atenção. Temos costureiras excelentes e cuidadosas, que pensam em como podem oferecer sempre o melhor resultado na produção de cada peça. Obrigada Zélia, obrigada Wiljane e todos que fazem parte desse processo.

Tenho muito apoio para seguir trazendo nossos produtos para vocês e seguir liderando essa marca que só cresce. Apoio da minha família, namorado, amigos e clientes. Meu muito obrigada a todos que acreditam na nossa LaFiore Store.

Muito obrigada aos meus pais, sem o apoio de vocês eu não teria conseguido. Sem os medos de vocês, também não. Eu sei que foi arriscado, e eu sei que o meu processo preocupou vocês. Mas quem diria né? Obrigada aos meus irmãos, vocês são essenciais na minha vida. Cada vestido lançado pela LaFiore Store, cada estampa, cada cor, contou com a opinião da minha família. Obrigada, amo vocês.

Muito obrigada a você, que leu tudo isso e agora conhece a minha (a nossa) história!

Ah e o carro? Hoje eu ando de moto com o sorrisão no rosto. Descobri uma nova paixão e aproveito cada momento dela. Mas essa já é uma outra história...

Caroline Ananias